Aos teus pés



Venha... Faminto devore meu peito
Estraçalhe, deixe em migalhas de qualquer jeito.
E ao fim, deixe que eu limpe os grãos,
Que por ventura ainda restarem no chão.

Transpasse meu corpo marcado,
Com todas as armas que um dia te dei.
Alimente-me de falsa esperança,
Me fazendo esquecer todo mal que me fez.

Extraia do meu coração o desespero que não te posso explicar.
Morda se te agrada o gosto da dor, não se acanhe em saborear.
Relembre os nossos momentos, me faça pensar que existe saudade.
Iluda-me, me use e me deixe,  pois não há em teus atos qualquer piedade.

Preciso ver essa cena, tua maldade sem pena,
Destruindo  a quem pode te amar.
Aproveite esse momento de agora, porque depois de ir embora,
Lutarei para não mais me entregar.

Mas por hora vou me render sem rodeios,
Para ter toda certeza daquilo que és.
E provando do mesmo veneno,
Talvez algum dia eu consiga, em outro momento, não estar aos teus pés.


Gil Façanha


Comentários

Denise Dias disse…
oi Gil!
que poema...
'estraçalhe,deixe em migalhas de qualquer jeito.'
já que tem que estraçalhar,que seja com minha permissão ( rendição).
amei,
muito lindo,
intenso,forte e encantador...

Beijos.
( me lembra a música one and only da Adele ^^)

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