O tempo e a saudade



O dia rasteja em frente a minha janela,
E o tempo sem pena, me sorri cinicamente.
O vento que sopra em meu rosto, me faz lembrar aquela tela,
A pintura de um beijo registrado em minha mente.

Horas passam e a rua sempre igual,
Nem a chuva em desaviso, me desperta dessa lembrança.
Ainda não sei  se me faz bem ou me faz mal,
Essa paixão que me encantou feito criança.

Anoitece e nada muda a minha frente.
Nem o sol e nem a lua, me traz um sorriso sequer.
Há uma saudade que pra tudo, me faz indiferente,
E por dentro desejos ocultos de mulher.

Meu calendário tem marcas diferentes,
Minhas horas são dias, e meus dias impossíveis de contar.
O que quero é a surpresa, o de repente,
A alegria de poder te ver chegar.

Esse tempo inimigo dos meus sonhos,
Parece escalar montanhas impossíveis de alcançar.
Dá um passo para frente e dois pra trás,
Me enganando e brincando de passar.

Gil Façanha

Comentários

Unknown disse…
Querida amiga hay dolor y suspiros y nostalgia en estos versos. Sombras de septiembre melancólico, ah! Pessoa qué influencia. Besos.
O perfeito poema que descreve tudo o que uma garota apaixonada está sentindo !!

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