Puro clichê





Não!
Não me culpes por tua insensatez tétrica,
que insurgindo contra o melhor que pude ser,
desalinhou meus traços e redesenhou meu caminho.
Não me culpes por ser quem és... Toda a dor e toda beleza é
somente tua, e há de ser teu e apenas teu, o valor
a ser pago por barganhares aço a preço de ouro...
Fugiu de ti todo e qualquer brilho e nem
a pedra filosofal faria tamanha alquimia.
Quase nem creio que és a mesma que um dia falou de amor!
Quão deturpados estão hoje teus valores
e embora tenhas vivido vãos amores, nada aprendeste
sobre o que é amar!
Não sei se por ti lamento ou apenas te esqueço,
pois hoje já não resta nem o apreço de um dia
por ti ter sido menos eu!
O que outrora pareceu raro, revelou-se banal,
tão trivial que perdeu-se na multidão dos afins.
Extraordinário mesmo só a certeza de que por tanto
tempo conseguiste encortinar quem és!
Quão astuta podes ser!!
E eu, que assim como tu sou tão humana e predisposta,
deixo para ti a resposta que só quem é vítima
pode ter: Cresce, aparece e segue adiante...
Pois nem eu sou mais como dantes e já caminho
melhor sem você!
E se a vida é mesmo justa, e nos cobra o preço
que cada ato custa... Teu destino será puro clichê!



Gil Façanha

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