Desolada




(Inspirado em relatos)


Teu ímpeto arrebatou-me!
Tirou-me do chão, deixou-me sem fôlego,
sem tempo, sem direção.
Justo eu que apenas há um passo era só desprendimento
e desapego, agarro-me agora aos destroços a fim de não
sucumbir a força desse furacão que tem teu nome.

Não suponho mais nada sobre o futuro que regaste a desídia,
num tom de desassossego que se arraigou.
Nem mesmo consigo montar as peças que desmascaram meu presente.

Tuas palavras desmoronaram sobre mim feito tromba d’água
que lava, leva e destrói tudo no susto do inesperado...
Emocionalmente despreparado.

Declaro-te culpado!
E eu, que me absolvo de minha tola inocência,
condeno-te a um destino cruel:
Sê feliz enquanto podes, enquanto és capaz de esquecer
que a vida se faz justa.
Sorria frente a neblina salgada da minha dor...
Que um dia o tempo muda,
e cada um colherá o que plantou.



Gil Façanha

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