Enquanto ainda há tempo
Um dia, sei que a morte me calará. Não haverá mais tempo pra dizer o que sinto.
Não haverá um momento exato ou inexato... Apenas não haverá momento.
Não quero partir com a sensação de que disse tanto... Menos o que queria.
Que fiz tanto... Menos o que realmente desejava.
Sou uma alma intensamente alegre, e intensamente triste... Sou apenas uma alma de poeta.
Tenho todas as emoções ao gritos, nas pontas dos dedos.
Tenho todas as razões que preciso pra escrever.
Então permita-me gritar meus sentidos, explicar todas as minhas intenções.
Não quero vê-lo questionando-se o que eu senti, quando eu não puder mais te assegurar.
A vida é curta e mesmo com o passar de muitos anos, o tempo nos rouba certas consciências. Não quero perder tempo com receios que me travam a língua e acorrentam-me os pés.
Deixe-me falar do quanto fui feliz quando fomos nós.
Deixe-me confessar toda a beleza que vi dentro de você.
Deixe-me repetir incansavelmente, o que penso de ti, e o quanto fostes importante pra mim.
Ouça-me enquanto há tempo... Diga-me tudo o que precisa.
Antes que o tempo seja apenas passado, e tudo o que calamos,
Não possa mais ser falado.
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Algumas coisas não deveriam ser deixadas pra depois... O depois... É mera suposição. (Gil Façanha) |
Gil Façanha
Comentários
Palavras sábias...!
Beijinhos.
Gostei muito deste poema. Muita sensibilidade ao falar do tempo e dos sentimentos.