Meias verdades não bastam



Estou farta da imensidão desse céu de dúvidas. Tomada pelo temor das meias verdades, até as completas mentiras, satisfazem mais minha perturbadora procura por algo que pareça valer a pena.
O constrangedor olhar do medo, que reflete em meu espelho e encara minha alma nua, desafia aquela suposta sabedoria emocional, que ingenuamente acreditei adquirir nos caminhos trilhados e onde tantas vezes me perdi.
Não sei se anjos ou demônios falaram aos meus ouvidos, quando levianamente, me pediu para acreditar em ti. Já não distingo a quem pertence a aparente insensatez, que há segundos atrás, em voz melodiosa, cegava minhas certezas com desejos superficiais. Mas sei que nunca estive só. Em toda minha angustia, eles estiveram ao meu lado: Deus e o diabo.  E nessa luta incessante pela conquista da minha alma, já não sei quem foi vencido ou vencedor, mas me confunde desejar a luz, enquanto tua escuridão me atrai.
Os subterfúgios e a covardia me enojam e destroem possibilidades. Não creio em todo aquele amor, pois ao vê-lo pela metade, destruiu o todo que habitava em mim.  Para mim não há meia emoção, não há como  viver meia vida, e ao te ver em desespero por estares enredado no novelo das tuas versões inventadas, e preso à tua própria teia, hoje, parto entre lamentos, mas deixo contigo minha maior certeza: A de que para amar-me, meias verdades não bastam.


Minta-me,
Mas faça dessa mentira tua verdade mais pura.
Ou denuncie feito fogo em álcool,
Todos os teus mais inaceitáveis fatos.
Condena-me de uma só vez,
À tormenta de precisar perdoar teus instintivos atos.



Gil Façanha 

Comentários

Luciah Lopez disse…
Passei pra te deixar um beijo... Tõ com saudade das nossa conversas... hummm e agora com a 'poetisa/escritora' Gil Façanha!
Boa semana pra vc minha linda!

LL

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