O preço das minhas verdades



E agora eu fico aqui, fingindo que sei de mim de tal maneira que poderia decifrar-me e fazer-me entender. Mas não há o que dizer! Nessa solidão em ser quem sou, simplesmente encontro-me inexplicável. Tornei-me uma incógnita tão grande, que nem meus momentos de lucidez arrancam-me desse vazio onde minhas descobertas me jogaram. A ignorância e a ilusão, às vezes fazem bem. Eu vi demais, compreendi demais, e hoje vejo-me submersa na solidão da minha auto-revelação. Descobri minhas próprias verdades e agora elas me torturam cobrando-me uma atitude que ainda não posso ter. Ah, doce ignorância que me mantinha a salvo. Que saudade eu sinto de você.

Gil Façanha


"A mente que se abre a uma nova ideia jamais retorna ao seu tamanho original."
(Albert Einstein)

Comentários

R.R disse…
A ignorância é chamada de Santa não é a toa. Você não responde por aquilo que não sabe. Todavia, quando há uma tomada de consciência você passa, automaticamente, a responder por aquilo que descobriu, sabe. E não dá pra fugir disso, como disse Einstein, na frase que você postou. O autoconhecimento é difícil, claro. Senão não fosse assim nao seria justo. Porém, aquele que se des-cobre tem mais glórias do que grãos de areia numa praia, nesta vida. Alcançará a felicidade. Terá tudo. Certa vez Clarice Lispector disse algo mais ou menos assim: "Ser feliz pra que? Ser feliz para ter o que?"
Eu respondo: "Quem é feliz não precisa de mais nada. Já tem tudo."
Cláudio Avelino disse…
Como sempre, profunda nos sentimentos e nobre nas ações.
Saudades de você Gil.

Postagens mais visitadas