Sou meu próprio Juiz.



       Sou meu próprio Juiz, minha mente é o meu único tribunal, minha condenação e o meu perdão estão em mim.No Tribunal da vida, o júri, é o que menos importa. Sou Juiz dos meus próprios atos, sentencio, eu mesma, as minhas próprias escolhas.
Dou prisão perpétua para a minha impaciência e minha angústia que me assassinam um pouco a cada dia, com requintes de crueldade.
Dou pena de morte para o medo, a minha própria  covardia revertida em razão, ou o receio das conseqüências que a realidade me impõe.
Dou 20 anos de prisão para todas as dores que o amor me causou, para todas as incertezas que a paixão me trouxe, e para a tristeza de ter perdido tudo o que perdi quando decidi não pensar em mim.
Dou cinco anos de serviços forçados, para o ciúme que não consegui algumas vezes conter, e que me machucou, pisou qualquer certeza que pudesse haver em mim... Que me fez chorar.
Dou liberdade condicional para os meus sonhos, desde que não se percam em lugares perigosos, e sejam passíveis de realização.
Mas declaro inocente e dou total liberdade ao meu louco coração. Eu o perdôo por se emocionar tanto, pela tristeza do auto-abandono, e por se sentir envolvido nas emoções que o acelera e o inspira a poetizar. Eu o respeito por ser feliz em acreditar, pela ansiedade em se declarar vivo, embora fraco, e por não haver desistido ainda de amar. 
 Quero vê-lo sair desse tribunal interno, como um vencedor. Deixá-lo admirar o sol lá fora e perceber o valor da liberdade, repensar os próximos passos e... Simplesmente, continuar emocionando-se pela vida afora.

Gil Façanha

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